Nós trabalhadores precisamos compreender e ter a certeza de que nada é por acaso... Estamos inseridos, em nossa sociedade, num mundo globalizado e sob a lógica do grande capital. Sistema esse em crise, inclusive, e que busca desenvolver mecanismos para sua sustentação e perpetuação. Um deles é a precarização dos direitos dos trabalhadores.
"Os sindicatos hoje não podem mais representar uma parcela limitada da classe dos trabalhadores, eles têm que compreender a totalidade!"
É a lógica do capital que destrói nossos direitos! E a descaracterização dos Sindicatos como instrumento de lutas dos trabalhadores legitimam e sustentam essa lógica perversa do capital.
Ricardo Antunes é um estudioso, mas também um forte militante pela diminuição da jornada de trabalho, e do tempo de vida no trabalho visando a democratização ao emprego, na contramão do desemprego.
Hora-extra, portanto, é um fator que contribui para o desemprego e a diminuição do acesso ao trabalho. Além de não resolver o problema dos baixos salários ainda agrava e aumenta os bolsões de desemprego e legitima os bolsões de riqueza. E isso também faz parte da lógica do capital.
Existem questões mais urgentes e amplas a serem discutidas assim como a Reforma Previdenciária e o fator previdenciário. E não podemos nos furtar a esse debate.
"Toda reforma previdenciária se diz que é pra combater privilégios. Ora, privilégios não são os trabalhadores que têm privilégios. Se querem combater privilégios tem os que ganham 30, 40 (mil por mês)..."
Até o serviço público está sob a égide da terceirização, o que fere o art. 37 da Constituição e descaracteriza a unidade dos trabalhadores em caso de greve e reivindicações de direitos. O que contribui para aumentar a exploração do trabalhador e diminuir o processo democrático.
"O Sindicato ele não é apenas um orgão para lutar por questões econômicas, por melhor condições de trabalho (...) ele também participa da vida na sociedade (...) e quando se tem o enfraquecimento do sindicato o maior problema é a exploração"... "É um problema social não é apenas legal"...
A CONCLAT aponta para uma nova organização de representação da classe trabalhadora, hoje não representada e à margem total de direitos e sujeita à super-exploração... É o caminho inverso à fragmentação e busca lutar pelos direitos de todos aqueles que vivem do trabalho visando o combate à precarização dos direitos e preservando a dignidade, e a implementação de uma central sindical que não legitime reformas que nos retire direitos históricos conquistados na luta, voltados para um trabalho que busque a não exploração mas a emancipação do trabalhador.
E só o sindicalismo independente e a contribuição voluntária é que fortalece e preserva os Sindicatos e as organizações dos trabalhadores desatrelando esses movimentos do Estado, à serviço da classe...
Denise Cristina Nogueira
(Fabi Cris na net)
Pedagoga e Professora de Educação infantil
na Prefeitura Municipal de Paulínia/SP.
Ex-sindicalista, também uma das fundadoras do Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP e há 26 anos na luta.
Hoje há mais de dois meses sem o recebimento dos salários por ter usufruido do seu direito legal e constitucional à greve, reivindicando direitos básicos como: Data Base, vale transporte, reajuste salarial, sala de aula para exercer a profissão, e outros... Tendo sido esta a primeira greve do funcionalismo público que ousou combater a oligarquia representada pelo poder público na Cidade de Paulínia/SP, na figura do Prefeito José Pavan Júnior, que tem como parceira a Justiça Estadual da cidade, dentre outros, e que vem atacando forte e perversamente os trabalhadores e organização desses trabalhadores alvejando o Sindicato da categoria, que representa a primeira gestão que teve coragem para a organização e luta dos trabalhadores do Serviços Públicos de Paulínia.
Companheiros de luta...
Avançar sempre, desistir jamais...
"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas,
mas jamais conseguirão deter a primavera inteira." Che Guevara
"Saudações a quem tem coragem!"
24.07.2011